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Venda do YouTube: Descubra por que os fundadores do YouTube venderam tudo por US$ 1,65 bi, sumiram do mapa e, ainda assim, fizeram o negócio mais inteligente da década.
14 de fevereiro de 2005 — Dia dos Namorados (Valentine’s Day – EUA)
Enquanto você escolhia entre flores ou chocolate, três rapazes estavam numa garagem em Menlo Park. Não por falta de opção amorosa (embora talvez fosse), mas porque não conseguiam mandar um vídeo de um jantar pra um amigo.
- Steve Chen varou a noite programando.
- Chad Hurley rabiscava logotipos como quem escreve carta de amor.
- Jawed Karim pensava mais em servidores do que em corações partidos.
Naquela noite, nasceu a ideia. E o domínio YouTube.com foi registrado por míseros US$ 15 — menos do que uma sobremesa no Applebee’s.

2005 — Os Soldados da Máfia (do PayPal)
Antes de virarem os pais do YouTube, Steve, Chad e Jawed já tinham diploma da escola mais punk do Vale do Silício: o PayPal. Isso mesmo, os três faziam parte da lendária PayPal Mafia, um grupo de ex-funcionários que, depois de vender o PayPal pro eBay, espalhou-se pelo mundo tech como fermento em massa de pão.
Essa máfia, ao contrário das tradicionais, não mandava cortar dedos, mas sim criar impérios. Elon Musk? Tesla e SpaceX. Reid Hoffman? LinkedIn. Peter Thiel? Palantir. Chad, Steve e Jawed? YouTube.
No PayPal, eles eram só soldados. No YouTube, viraram generais de uma revolução digital. E como toda boa máfia, eles sabiam: poder de verdade não se exibe, se constrói — em silêncio, com código e pizza fria.

23 de abril de 2005 – 20h27. O zoológico nunca mais foi o mesmo.
Jawed Karim aparece diante de uns elefantes no zoológico de San Diego e solta, com a empolgação de quem acabou de sair de uma maratona de programação:
“O legal desses caras é que eles têm trombas muito, muito longas.”
Era só isso. Dezenove segundos de vídeo, qualidade duvidosa, zero roteiro, nenhum figurino — e pronto: estava inaugurado o YouTube. Ninguém assistiu na hora (nem a mãe dele, provavelmente), mas aquele upload entrou para a história como o Big Bang dos vídeos online.
Final de 2005 – O YouTube vira mato no terreno baldio da internet.
Enquanto o Google Video parecia uma gincana tecnológica — baixava plugin, rezava pra rodar e ainda corria o risco de travar — o YouTube fazia o que todo mundo queria: funcionava.
- Apertou? Subiu.
- Subiu? Compartilhou.
- Compartilhou? Viralizou.
Simples assim. Resultado: 8 milhões de visualizações por dia. Era vídeo de gato, dublagem tosca e gente caindo de skate brotando mais rápido que mato depois da chuva. Mas com o sucesso, veio o inevitável: a conta do crescimento. E ela chegou pesada.
Início de 2006 — O Sangramento. E sem curativo.
O YouTube bombava, mas o caixa sangrava que nem nariz em ar-condicionado.
- A conta de banda? US$ 1 milhão por mês.
- O saldo bancário? Mais negativo que avaliação de lanche vegano em churrascaria.
- Chad hipotecou a casa.
- Steve vendeu o carro.
- Jawed? Voltou pro quarto da adolescência, com pôster na parede e tudo.
Moravam no escritório, comiam miojo e dormiam entre servidores quentes. Era glamour zero, risco mil. Mas ninguém pensava em desistir — porque quando o sonho é grande, o aluguel pode esperar.
Primavera de 2006 – Chega a cavalaria jurídica. E sem flores.
O YouTube virou aquele vizinho barulhento da festa boa — todo mundo queria estar, mas ninguém queria admitir. E os donos dos vinis (leia-se: direitos autorais) começaram a bater na porta.
- A Universal mandou processo.
- A Viacom gritou: “Quero US$ 1 bilhão!”
- E numa bela manhã de sol e pânico, Steve encontrou 37 cartas de Cessar e Desistir empilhadas na mesa. Tipo correio elegante, mas com ameaça de falência.
O YouTube já era sucesso entre usuários — e um pesadelo jurídico para os donos do passado, era preciso pensar na venda do Youtube.
Verão de 2006 – Todo mundo contra os meninos do vídeo.
O calor subiu — e não foi só no hemisfério norte.
- Mark Cuban, o bilionário que adora uma opinião forte, cravou: “Idiotas!”
- O MySpace (que ainda achava que ia dominar o mundo) lançou sua própria plataforma.
- O Google Video, já nervoso, queimava US$ 100 milhões em marketing, como quem joga gasolina em churrasco apagado.
Mesmo assim, o mundo queria uma fatia daquele site onde adolescentes dançavam sem coreografia e gatos tocavam teclado como se estivessem possuídos por Mozart. Porque sucesso, meu amigo, é aquela coisa que ninguém entende, mas todo mundo quer comprar.
2 a 9 de outubro de 2006 – Sete dias que valiam mais que o testamento.
Foi tipo um leilão de arte moderna: ninguém entendia direito o que estavam comprando, mas todo mundo queria levar pra casa.
- A Microsoft apareceu com um cheque de US$ 1,3 bilhão e cara de quem queria impressionar.
- O Yahoo levou os meninos pra um iate — porque nada diz “me escolhe” como um Chardonnay com vista pro mar e uma oferta de US$ 1 bilhão.
- E o Google? Não enrolou. Jogou as fichas todas na mesa: US$ 1,65 bilhão pela venda do Youtube e aquele olhar de “é pegar ou largar”.
Era o tipo de semana em que se decide entre virar bilionário ou virar lenda. Eles conseguiram ser os dois.
9 de outubro de 2006 – A madrugada da escolha. E do café frio.
O cenário: um Denny’s vazio, 4 da manhã.
Na mesa: um café que já perdeu a vontade de viver, projeções financeiras rabiscadas em guardanapos e três fundadores com olheiras e o peso de uma decisão bilionária.
- Chad fazia contas como quem monta um quebra-cabeça sem bordas.
- Steve tentava calcular o risco de falência com a tranquilidade de quem já vendeu o carro.
- Jawed encarava o café como se tivesse as respostas — ou pelo menos um pouco de dignidade líquida.
Eles aceitaram a proposta do Google para a venda do Youtube
- Chad levou US$ 345 milhões.
- Steve, US$ 326 milhões.
- Jawed, que já tinha saído antes, embolsou “só” US$ 64 milhões. Nada mal pra quem começou filmando elefantes.
Depois disso? Sumiram. Como rockstars que saem da banda antes do segundo disco — e ainda assim viram lenda.
Após a venda – O chilique da imprensa.
Os jornais surtaram como se tivessem perdido o último trem da Bolsa.
- “A venda do Youtube é o pior negócio da história!”, berravam manchetes com a fúria de quem não foi convidado pra festa.
- “A venda do Youtube é um erro de 200 bilhões!”, gritaram colunistas com o dedo em riste e a planilha na mão.
Hoje, o YouTube vale mais de US$ 450 bilhões. E se os três tivessem segurado as ações? Estariam teoricamente com US$ 201 bilhões no bolso. Mas, veja bem…
Teoricamente. Porque bilhão no papel é como amor platônico: parece bonito, mas não paga boleto.
O que ninguém entendeu (mas eles já sabiam com sangue frio de ninja contábil):
Em 2006, o YouTube estava a um passo — ou melhor, a uma fatura de servidor — da implosão. A contagem regressiva era real:
- Os custos dobravam a cada trimestre.
- A conta dos processos chegava a módicos US$ 3 bilhões.
- A receita? Um romântico e absoluto zero.
Então vamos esclarecer: eles não escolheram entre US$ 1,65 bilhão e US$ 455 bilhões. Eles escolheram entre US$ 1,65 bilhão na conta… e um risco real de virar case de fracasso com final trágico no TEDx sobre a venda do Youtube.
A venda do Youtube: Sabedoria de bar com pedigree de Wall Street
- O primeiro milhão é suado.
- O último bilhão, escorrega fácil.
- E entre sonho e segurança, escolha o que paga o aluguel: certeza vence possibilidade. Sempre.
Chad, Steve e Jawed sacaram essa com 30 anos e bom senso de velho banqueiro. Enquanto isso, tem gente com 70, três falências no currículo e ainda achando que a próxima rodada de investimentos vai salvar o PowerPoint.
O museu dos “deveria ter vendido” — agora com tour guiado e vergonha embutida:
- Friendster recusou US$ 30 milhões do Google. Hoje vale menos que um teclado quebrado em bazar.
- Groupon disse “não, obrigado” pra US$ 6 bilhões. Agora mal passa dos US$ 600 milhões.
- Yahoo achou pouco os US$ 47 bilhões da Microsoft. Foi vendido por 4,5 — e um pedido de desculpas implícito.
Moral da história? O que derruba empresa não é só concorrência, algoritmo ou recessão. É ego com PowerPoint e apego a valuation inflado na mesa do café.
E depois? Sumiram como bons fantasmas milionários – discretos, mas influentes.
Enquanto muita gente sonharia com mansão em Beverly Hills, Lamborghini cromada e um quadro no escritório com a manchete “Vendi pro Google”, os três preferiram outro caminho: o do anonimato elegante com a venda do Youtube.
- Steve Chen usou o bolso recheado pra criar novas startups e, mais tarde, virou mentor de empreendedores — aquele tipo que aparece mais em cafés coworking do que em capas de revista.
- Jawed Karim, sempre o mais low-profile, virou investidor de risco. Em vez de tentar repetir o YouTube, apostou em ajudar quem estava dando os primeiros tropeços com uma boa ideia na mão e sono atrasado.
- Chad Hurley fundou a AVOS Systems e virou anjo investidor — não com asa, mas com capital e conselho na medida certa, como quem diz: “Vai com calma, eu já estive aí”.
Eles não viraram celebridades. Viraram referência. Construíram não só fortuna, mas liberdade — a rara capacidade de poder dizer “não” pra tudo o que não empolga. E fizeram isso aos 30 com a venda do Youtube. Enquanto o resto do mundo ainda achava que sucesso era sinônimo de palco e aplauso, eles já estavam escrevendo o próximo roteiro — em silêncio, mas com liquidez.

Moral da história sobre a venda do Youtube? Simples: visão não é prever o futuro. É reconhecer o presente com brutal clareza.
Três caras numa garagem. Um vídeo de elefante. Um site que mal se aguentava em pé.
Advogados famintos, servidores cuspindo fogo, zero receita no horizonte.
E ainda assim — ou por isso mesmo — eles saíram no momento certo.
Venderam por US$ 1,65 bilhão um negócio que hoje vale mais de US$ 450 bilhões.
E, ao contrário do que disseram, não foi o “pior negócio da história”.
Foi um checkmate jogado antes que o tabuleiro pegasse fogo.
Eles não buscaram o golpe de sorte. Buscaram liberdade com a venda do Youtube.
E entenderam algo que muito gênio de planilha ainda não aprendeu:
Riqueza real não é acumular. É decidir. No tempo certo. Com sangue frio. E café morno.
Então, da próxima vez que alguém disser que vender cedo é burrice…
Mostra essa linha do tempo. E oferece um café.
Frio. Pra combinar com a decisão que mudou tudo.
Linkedin: Márcio Gomes
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